PÓS-MODERNIDADE E O PACTO MUNDIAL DE LULA

Desde o Iluminismo, com a queda da teologia do centro das decisões, diversos líderes, intelectuais, políticos e economistas têm pensado em um ethos mundial, algo que norteie as decisões políticas internacionais.Hoje vivemos no período a que se convencionou chamar de pós-modernidade. As verdades absolutas são questionadas, dando lugar a verdades relativas aos contextos históricos.

Ninguém mais precisa seguir fielmente ideologias políticas ou religiosas. Pode-se muito bem fazer um self-service do que mais agrada a seus valores pessoais. Testemunhamos o ecumenismo religioso, a fusão de grandes empresas e a pregação da Terceira-Via (tentativa de unir o que há de melhor da Esquerda e da Direita).Somente nesse contexto atual, o presidente Lula pode abrir mão de algumas posições mais radicais para se abrir ao diálogo. Ele faz parte desse fenômeno e pode se tornar o grande líder desse período, sendo o elo entre as grandes corporações, investidores e políticos e as vozes vindas do povo, da classe média, dos intelectuais.

Com seu evidente dom de liderança, seu carisma e as transformações ideológicas atuais, Lula tem nas mãos a chance de fazer o que ninguém mais pôde. Articular uma nova ordem nacional - o que ele chama de pacto social. Pode iniciar uma coalizão de forças econômicas, políticas e sociais. Unir sagrado e profano.

Publicado originalmente no site http://www.unifor.br/ em 2003.