MEMÓRIA

as músicas que eu ouvia
não ouço mais
os filmes que me inspiravam
não inspiram mais
os livros que me marcavam
não marcam mais
onde estão os amigos e as experiências de outrora?
o que acontece com o passado
por nós maquiado
causador de saudade?

pra que tanta gente
pra que tanta fala
pra que tanto tempo
se desaparecemos
se nos transformamos
se somos quem devíamos ser
não quem queremos

por que não podemos por nas mãos as lembranças?
por que deixar coisas e pessoas pelo caminho?
por que não podemos ser inteiros?

por qual motivo temos de ter consciência?

o que quero é férias de mim mesmo
e um pouco de riso
amigos com tempo
beijos sinceros
relacionamentos sem jogos

não tenho, mea culpa, obsessão pelo sofrimento
quero tudo de volta
viver de novo, não errar mais
pedir perdão aos que magoei
não sou sacerdote, desculpe
sou profeta da liberdade

preciso do que restou na caixa de Pandora
e ter esperança
de um céu particular onde me esperam
um sábio pra responder minhas perguntas
e o tal do Livro da Vida
com tudo que fiz, senti e pensei
pra que eu descubra, finalmente, quem sou

Publicado originalmente no zine Os Putos e as Donzelas # 10 (Jul/Ago de 2006) do grupo literário Luminários.

X BIENAL DO LIVRO DO CEARÁ


Estive presente na X Bienal Internacional do Livro do Ceará, realizada entre os dias 08 e 18 de novembro de 2012,  lançando meus livros infantis publicados pelo Instituto Maria Ester. Aproveitando o tema da bienal deste ano, Padaria Espiritual, lançamos a segunda edição de Café com Pão, Bolacha Não. Anteriormente publicado pela Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC), com tiragem de 30 mil exemplares e distribuição em todas as escolas públicas do Estado. No estande da SEDUC todos os dias foram realizadas oficinas para as crianças utilizando o Café com  Pão Bolacha Não, aproveitando também o tema.
Além desse, lancei Luiz Lua e sua Sanfona Mágica, inspirado em Luiz Gonzaga e no centenário de seu nascimento, que será em 13 de Dezembro.



TECNOLOGIAS PARA VER FILMES


Alguns vão lembrar como eu da “era” em que alugar filmes em VHS era super complicado. E já informando aos que estão rindo e pensando em idade, não faz assim tanto tempo. Em locais atrasados como a província em que nasci (né, Glawber Kiedis?) a única locadora que alugava filmes também alugava os videocassetes. É, nem todo mundo tinha grana pra comprar um. Eu mesmo só fui ter um em casa quando minha irmã comprou um pra ela. Eu, claro, monopolizava, já que ela nunca gostou muito de cinema. Quem não passou por isso não sabe o “prazer” que era rebobinar a fita antes de devolver.

O tempo passou e os DVDs chegaram. Em 1998 no auge de Titanic comprei meu último VHS. Em versão especial! Claro, hoje nego, mas adorava o filme. Com os DVDs veio também a pirataria mais fácil. Camelôs enchendo as ruas e nossa paciência por não podermos andar nas calçadas. Nessa época comprei minha primeira TV (só 20 polegadas, de tubo e tela curva!) e meu primeiro DVD. Era da hoje inexpressiva marca Gradiente. Ainda funciona. Gastei uma grana alugando filmes, sobretudo quando abriram uma Distrivídeo na Unifor, onde eu estudava. Afinal, somente lá tinha os filmes que eu gostava, as locadoras de bairro e camelôs só tinham os “grandes” filmes do Steven Seagal.

Além de cinéfilo sou também colecionador, infelizmente. Boa parte da minha grana vai pra comprar filmes que nunca mais verei, só as traças das minhas casas (sim, moro em dois lugares, como alguns dos colegas garageanos, que se dividem em Redenção (Smallville) e Fortaleza (Metrópolis). Substituí meus VHS todos por DVDs. Uma grana. Mas felizmente não preciso trocá-los por Blu-rays. Economia de grana. Os aparelhos de blu-ray também leem DVDs.

E como cinéfilo preciso acompanhar as tecnologias de leitura de vídeo (e de captação, mas isso será falado em outro post). Comprei minha primeira TV LCD há uns anos, 22 polegadas somente, e substituí meu velho Gradiente por um Samsung Full HD. Fiquei emocionado quando assisti The Big Bang Theory em alta resolução pela primeira vez. Meu número cabalístico era 1080p. Logo comprei outra TV LCD, dessa vez de 32”. E um aparelho Blu-ray. Queria mais nitidez que meu DVD Full HD (que hoje não é mais encontrado à venda nas lojas). Quem chegava na minha casa eu logo mostrava Avatar, influenciando-os para também jogarem fora suas imensas TVs de tubo fora. Nessa época descobri que comprar filmes na Amazon mesmo em dólar saía mais barato que comprar por aqui. E o melhor, sem legenda em português, desculpa para não emprestar (lol).  Infelizmente meus amigos passaram a estudar Inglês também.

Ainda não contente comprei outra TV, dessa vez de LED, Smart TV e 3D. E outro Blu-ray. Moro em dois lugares lembra? E um PS3, melhor custo benefício pra assistir filmes em 3D. E ainda dá pra jogar, entre outros, Arkhan City e me sentir o Batman. Infelizmente a tecnologia blu-ray é natimorta, afinal, o bacana do momento é alugar os filmes on-line via iTunes, Netflix, Saraiva, ou Sky e outros mais. Pra colecionadores, insuficiente, claro, já que gosto de ter também os objetos com encartes e boxes especiais. Mas limito-me hoje a comprar somente os filmes que mexem realmente comigo. Assim como fazia com Avatar hoje mostro Hugo como melhor exemplo de magia 3D.

E quem não quer comprar ou alugar acaba pirateando na internet (não recomendo!). Versões piratas em mkv não deixam em nada a desejar aos blu-rays em definição. E em avi pra os menos exigentes lembram os DVDs. Mas nada de rmvb, sempre detestei.  E com o cerco se fechando aos pirateiros nos servidores de internet, melhor baixar em Torrent. Mas o aluguel on-line hoje é tão barato e prático (não precisa pegar trânsito pra ir à locadora, nem pagar a taxa de entrega) que não vejo motivo pra piratear. As locadoras estão fechando. O bacana mesmo é usar a Apple TV, que comprei e me arrependi, ou a própria Smart TV para, além de alugar on line, ver vídeos no You Tube e Vimeo, por exemplo. Inclusive ouvir e assistir à Garagem Dinâmica.

PUBLICADO INICIALMENTE NO BLOG GARAGEM DINÂMICA