GIZ


QUERO IR À ALEMANHA NA COPA*

*Artigo escrito na Copa anterior, mas seu mote vale para a da África do Sul deste ano.

Tenho sonhado todos os dias com uma dessas passagens para a Alemanha que empresas estão sorteando para promover seus produtos aproveitando a febre que ataca de quatro em quatro anos milhões de pessoas em todo o mundo, especialmente no Brasil, afinal, somos pentacampeões, a tão aguardada e festejada e divulgada Copa do Mundo de Futebol.

Não leio mais as matérias de jornais e revistas nem assisto mais a meus programas favoritos na TV. Meu tempo é investido em apenas folhear os periódicos, comprando até mesmo aqueles que antes não suportava nem em consultório dentário e zapear por canais e programas inúteis em busca dessas promoções, pois que outra oportunidade eu teria de conhecer a Alemanha? Sei pouco da língua alemã, serve apenas para aquelas frases intraduzíveis que lemos nos livros de filosofia vertidos para o português, mas isso pouco importa, usarei a boa e velha língua dos sinais. Inglês nem pensar, não quero ofender ninguém.

Tenho que ser sorteado. Uma significativa parte de nossa História está lá, inclusive algo de nosso esquizofrênico socialismo que não tem tido oportunidade de trabalho e que almeja ser comunismo, mas está com os pés no neo-liberalismo. A queda do muro de Berlim acabou com a utopia que ainda defendemos como ciência em nossas universidades.

Sonho ver sua arquitetura, ouvir seus sons, sentir seus cheiros. Ir aos museus. Caminhar pelo campus da universidade onde Einstein trabalhou e conhecer mais um pouco de Nietzshe e de Kafka. Ver sua realidade capitalista de alto desemprego e centenas de prédios comerciais abandonados. Quero colaborar com sua ascensão financeira, afinal o turismo é sua esperança, mesmo para um turista sem dinheiro como eu, dependente de promoção.

Ir ao estádio ver o Brasil jogar? Quem sabe. Futebol não me interessa nem um pouco, mas posso fazer um esforço.