CRAZY DIAMOND

Ver o que ninguém mais vê é possível
disse-te no instante mágico
quando eu mesmo vi e olhei
para insatisfação de meu cético espírito
que não enxerga nos outros
correspondentes de existência
tua imagem rasgada
da fotografia dos demais

Vi em teus sonhos desejos
para a minha pregação agora ouvida
Crazy Diamond te batizei
em meu universo paralelo
refúgio de mim mesmo

Foste para lá na carruagem negra que fiz para ti
e choram minhas criaturas imaginárias
pelo real que representas
em meus devaneios oníricos
e quando ainda respiras por aí
quando me distraio em afazeres mundanos

Já posso brigar com Freud
e jogar fora o Prozac
converti-me a ti
a oração assindética é mais forte

Publicado originalmente no zine Os Putos e as Donzelas # 09 (Mai/Jun de 2006) do grupo literário Luminários.