MEDICINA: CIÊNCIA INEXATA

Nenhuma ciência é exata, é verdade; mas a medicina, com sua aura de detentora da verdade e os médicos fantasiados como os heróis salva-vidas, deveriam chegar mais vezes a consenso sobre diagnósticos e tratamentos.

Um dia se vai ao médico e ele diz que o caso é grave, tem que se mudar de imediato a dieta, fazer exercícios, comprar várias caixas de remédios e mudar radicalmente a rotina diária. A angústia pessoal é passada à família, orações são feitas, relacionamentos mudados, muitas lágrimas são derramadas.

Alguém, depois de algumas semanas, sugere pedir a um outro profissional, uma segunda opinião. O segundo médico alivia a tensão dizendo que o caso é simples, um tratamento leve reverterá o problema. Alívio geral.

Mas a pergunta é inevitável: Quem está com a razão? Leigo, com medo de morrer, o enfermo recorre até à Internet em busca de informações sobre a doença, que, não raro, simplifica demais o que os médicos teimam em complicar para que os meros mortais não iniciados nas ciências ocultas da saúde não entendam.

O sofrimento permanece. Qual dos dois diagnósticos seguir, já que são baseados na subjetividade do médico e de seu conhecimento parcial sobre o ser humano e suas idiossincrasias? Com um pouco de bom senso e, naturalmente, medo de tomar uma decisão errada, tenta-se um caminho intermediário com um novo alopata, enquanto consegue pagar o plano de saúde ou mendiga vagas da rede pública. Mais confusão. Os médicos não seguem o que apregoam os orientais, isto é, o caminho do meio.

Com a imprecisão dos médicos chega a vez dos caminhos alternativos. Homeopatas, médicos espirituais e tratamentos holísticos os mais variados. Mais remédios, mais poções, mais orações, mais distantes da cura. Daí descamba para a medicina popular com suas crenças, ervas e grãos. Com um pouco de sorte se sobrevive.