NO BRASIL, É ÓTIMO SER POBRE

É ótimo ser pobre no Brasil. Parece absurdo afirmar isso, mas os menos favorecidos dentro do nosso sistema econômico têm uma série de vantagens e benefícios que o Estado lhes proporciona.
A começar pela moradia. São vários os programas que dão casas para os que moram em áreas de risco, favelas ou que não podem pagar. O gasto com energia é mínimo, pois o consumidor de baixa renda conta com um subsídio que lhe dá um desconto considerável no valor de sua conta mensal. E, no campo, existem vários subsídios agrícolas para os pequenos agricultores.
Contam com um excelente programa gratuito de saúde. Através de hospitais e postos de saúde com atendimento clínico, exames, cirurgias – inclusive cirurgia plástica, tratamentos e remédios, tudo gratuitamente. Para quem mora distante há o programa Saúde da Família. Há também programa odontológico de graça. Uma pessoa de baixa renda não precisa comprar nem mesmo preservativos.
Outra coisa que têm de graça para si e para os filhos é educação, inclusive com direito a merenda e livros didáticos, podendo, inclusive, obter um diploma de nível superior numa universidade pública. Além disso, existem vários cursos profissionalizantes gratuitos para quem não pode pagar. Se quiser ter filhos e não tiver dinheiro o Estado fornece à mulher uma renda extra para que ela possa se sustentar no período da gestação e imediatamente depois. Some-se a isso os programas de transferência de renda como o Bolsa Família, Bolsa Escola, Fome Zero, Vale Gás e tantos outros. Mais tarde é possível se aposentar ganhando um salário mínimo sem nunca ter contribuído para a INSS.
Além de tudo isso ainda é possível ter lazer e atividades esportivas gratuitas. E através de ONGs e instituições de caridade é possível conseguir muitos outros benefícios. Junte-se a isso, por fim, os “bicos” nos cruzamentos.

Publicado originalmente no jornal O Povo, de 25 de agosto de 2007