Dakota Fanning está perfeita no papel de Wendy, uma jovem adulta com autismo e fã de Star Trek, que até mesmo escreve Fanfic da série. Combinação perfeita de tudo que gosto. Wendy é órfã e mora numa espécie de casa para autistas. Curiosamente a palavra autismo não aparece em nenhum momento do filme, embora esteja lá presente e percebemos o quanto o mundo pode ser difícil para alguém com essa condição, com essa identidade. Nem mesmo a profissional de saúde que dirige e mora também no lugar é descrita com psiquiatra ou psicóloga, ou outra atividade.
O filme é um road trip emocionante, Wendy vai para Los Angeles para entregar seu roteiro para participar de um concurso do estúdio de Hollywood que produz Star Trek. E seguimos vendo todos os desafios que alguém com autismo enfrenta no mundo real fazendo uma viagem sozinha. Sobretudo com aproveitadores, desonestos, sacanas, pilantras de toda espécie que aprecem no caminho.
E na sua sinceridade, falta de maldade e de teoria da mente na verdade nos mostram o quanto podemos aprender com eles. Afinal, já disse muitas vezes, e não digo isso de modo romântico, podemos aprender muito com os autistas. Eles estão muitos distantes na evolução humana, pertencem a outra categoria, a outro lugar, onde os humanos não são aproveitadores dos outros, onde a sinceridade e a bondade são os parâmetros.
Enquanto isso o que estamos fazendo é mostrá-los o quanto o mundo é feio e prepará-los para terem autonomia e não se deixarem enganar por ninguém. Mas o quanto seria bom se na verdade estivéssemos é aprendendo que o mundo pode ser melhor, mais sincero e só nos preocupássemos com o que importa para nós mesmo. Como Wendy e sua paixão por Star Trek.